Nota das Centrais Sindicais – Menos Juros, Mais Empregos!

A taxa de juros é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para o controle da inflação. Ela influencia todas as taxas de juros do país, como dos empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. Quando a taxa de juros sobe ou está em patamares muito elevados, desestimula a atividade produtiva e estimula o rentismo.

Ou seja, é mais vantajoso para quem tem recursos investir no mercado financeiro do que em atividades produtivas que podem ter mais risco e maior tempo de retorno. Além disso, do ponto de vista do consumo, os juros altos acabam desencorajando os consumidores e encarecendo os bens e serviços. Isso sem contar com o aumento do endividamento das famílias. Os gastos do Governo com juros da dívida pública sobem, comprometendo parcela maior do orçamento público que poderia ter outra utilização em cenário de juros menores. Até abril desse ano foram gastos em juros R$ 776 bilhões.

O pior é que para a alta de inflação que experimentamos recentemente no país, o aumento da taxa de juros é um remédio amargo e com pouco efeito sobre a doença, pois a causa do aumento dos preços não era uma demanda aquecida e consumo elevado. Ao contrário, a alta dos preços estava muito mais relacionada à oferta, afetada, sobretudo, pelos efeitos da pandemia de coronavírus.

A taxa básica de juros (Selic) começou uma trajetória de elevação no fim de 2020, como uma medida de combate à inflação em alta naquele momento, sobretudo, devido aos efeitos da pandemia sobre a economia, o que acabou desordenando diversas cadeias produtivas com consequências diretas sobre os preços. Alimentos, matérias-primas, petróleo tiveram altas enormes de preços naquele momento.

O Banco Central multiplicou por sete a taxa básica de juros no Brasil, deixando o país em primeiro lugar do ranking de juros reais mais elevados do mundo, com graves consequências para a economia brasileira. O efeito direto disso tem sido a redução da atividade econômica, do consumo, do investimento e da geração de emprego e renda.

A imediata redução da taxa de juros é essencial para a retomada do crescimento e do desenvolvimento do país. Mesmo com a melhora recente em indicadores importantes, não haverá crescimento sustentando e duradouro com juros tão elevados penalizando a produção e estimulando a financeirização da economia.